Gratidão!

Setembro é o mês que me conquistou ao longo da minha vida. Digo isto porque durante muitos anos não gostava de setembro. Vivia crises alérgicas respiratórias nessa altura, estava já exausta do ano letivo (que no Brasil inicia o último trimestre escolar) e todos os espetáculos das escolas deveriam estar prontos e com data de estreia, muita pressão e ansiedade.

Mas a vida é assim… amor e não-amor andam de mãos dadas. São as dualidades que nos acompanham nessa caminhada, assim como vivemos fases que somos noturnos e outras diurnos. Fases que vestimos coloridos e outras discretos. Fases amantes do rock e outras Bob Marley (risos).

Com o tempo apaixonei-me por setembro e a calmaria se instalou: me casei em setembro, o frio da barriga das estreias chegavam, o cheirinho da proximidade do Natal… é um ponto de vista diferente… que escolhemos olhar e eu escolhi… e foi por isso que escolhi setembro para os relatos que decidi partilhar. Relatos de puro amor, amizade e vivências no teatro.

O primeiro foi a sensível dentista, Tuany Schmidt, 31 anos, recordando as atividades voluntárias no hospital que o teatro proporcionou. É a certeza de que palcos existem em todos os lugares: o importante é estar disponível e aberto a novas experiências. Ela superou a timidez para levar alegria àqueles que mais precisavam e, fazendo isso, plantou coragem dentro de si e percebeu que “o caminho é mais importante que a chegada”, por que nem todos chegam onde desejam… a luta é diária …é preciso distribuir amor por todo o caminho. A arte é um instrumento perfeito para essa distribuição gratuita!

O segundo foi a doce estudante de Psicologia, Ana Clara, 21 anos, que falou da sua evolução quanto a desinibição, o aprendizado de “se conectar mais com as pessoas” e de todas as memórias afetivas positivas que o teatro proporcionou! 

O terceiro foi o curioso estudante de Ciências Socias, Augusto Lemmertz, 19 anos, que fala sobre o auge dos seus 12 anos e “da importância de ter um espaço para se expressar, entrar em contacto com os seus próprios sentimentos”, numa fase turbulenta da adolescência.

O quarto relato foi a vez da talentosa professora e advogada, Luana Marina dos Santos, hoje com 28 anos, que faz um apelo a todos: permita-se! Permita-se viver a experiencia do teatro! Carrega consigo belas lembranças de ensaios, apresentações, trabalho voluntário, e afeto…muito afeto puro. O teatro impactou como “um instrumento capaz de protagonizar a diversidade da condição humana”.

O quinto a falar foi o arteiro professor de inglês e criador de conteúdo, Patrick Timotheo, 23 anos, que fala da grande virada que o teatro proporcionou na sua vida. Conta, em detalhes, os passos marcantes dentro dessa arte, com espetáculos, oficinas circenses, eventos, flashmobs e, por fim, culminando no ingresso na faculdade de teatro, depois de muito autoconhecimento e determinação. “Teatro é processo!”. 

O sexto relato tive que dividir em duas partes porque a história era grande daquela inquietaz e saltitante: minha primeira aluna, a professora, Alice Monteiro, 40 anos, que sofreu na esperança de ser a protagonista e foi a “árvore” da peça. Fala do seu sonho em estudar teatro, mas não era o sonho dos seus pais. Percebe então que tudo que viveu a levou a estar exatamente onde e como está. Conta como o teatro está presente em tudo o que faz, principalmente na profissional que se tornou… que é a sua paixão: ensinar!  

O sétimo foi do MEU filho, estudante do último ano de Psicologia da Uminho/Braga, Nathan Pacheco, 22 anos, filho tímido da professora de teatro, que ironia! Mas sua timidez nunca o impediu de participar das aulas, dos espetáculos e eventos. Descobriu que ser tímido era apenas uma parte sua, que “não o define e nem limita”. Compreendeu que a força e a vulnerabilidade caminham juntas e que é preciso ser gentil com todos pelo caminho, pois cada um de nós enfrenta batalhas pessoais que, na maior parte das vezes, ninguém faz ideia. 

E o oitavo e último relato foi do estudante-atleta do Kansas (EUA), Felipe Mentz, 20 anos, que lembra que colegas viraram amigos nas aulas. Aprendeu que “o teatro não está no palco ou no espetáculo: está dentro de nós”! Que somos capazes de interpretar as nossas emoções se decidirmos o que fazer com elas.

Todos os que passaram por mim nesses últimos 30 anos estão guardados no meu coração. Cada encontro, cada mensagem, cada videochamada… passa um filme na minha cabeça: de risos e histórias únicas. O que é a vida sem histórias, não é mesmo? O que é o teatro sem histórias? O artista é um contador de histórias. 

 

Gratidão! Gratidão! Só gratidão…

Evoé. Viva o teatro! Viva quem vive o teatro! Viva quem viveu e quem ainda vai viverá! Vivaaa! 

 

Abraços demorados

Tanise, a Diva. 

😃🌻

Tanise A Diva

Tanise A Diva

Uma vida com a arte/teatro no Brasil e hoje vivendo com a família em Portugal. 🇧🇷❤🇵🇹 Insta: @tanise_diva

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